Curiosidade sobre trilhadeiras




Uma cena muito comum algumas décadas atrás era o uso das trilhadeiras nas lavouras. No Brasil, mais precisamente em Joaçaba (SC), as trilhadeiras da marca Vencedora começaram a ser produzidas por Caetano Natal Branco (o mesmo da marca de motores Branco) em 1936. Posteriormente, em Horizontina (RS), passaram a ser fabricadas a partir de 1947 pela empresa SLC (Schneider Logemann & Cia. Ltda), ganhando maior popularidade na década de 1950.

Essas máquinas eram geralmente puxadas por bois, mas também por cavalos ou mulas, e eram do tipo estacionárias — ou seja, funcionavam paradas, bem diferente das modernas colheitadeiras que conhecemos hoje. Por isso, a colheita era amontoada em pontos estratégicos da lavoura, preferencialmente em áreas mais planas, já que as máquinas precisavam estar niveladas para operar corretamente. Suas polias eram movidas por motores estacionários acoplados a elas, normalmente das marcas Branco, Yanmar, Perkins ou Wisconsin.

Também existiu as trilhadeiras da marca Panambi, mais comum no Rio Grande do Sul. Cada marca possuía suas peculiaridades, mas todas tinham o mesmo propósito: separar os grãos dos cereais — como feijão, milho e trigo — da palha. Algumas eram mais “tecnológicas” que outras. A Vencedora, por exemplo, possuía um sistema de pino central no eixo dianteiro que permitia nivelar a máquina conforme a inclinação do terreno. Para isso, abria-se um buraco, enterrando a roda traseira na profundidade necessária até que o nível fosse alcançado.

Inicialmente, apenas algumas famílias tinham condições de adquirir uma trilhadeira, e por isso eram comuns os mutirões — ou “puxirões” — em que os vizinhos se reuniam e trabalhavam de propriedade em propriedade até que todas as lavouras fossem colhidas.

A imagem desta postagem foi cedida por Arnoldo de Souza. Nela, entre outros trabalhadores, aparece seu pai, Elvino do Nascimento de Souza (sentado na trilhadeira, tomando chimarrão). A título de curiosidade, Evelino foi quem vendeu todas as terras onde hoje está a cidade de Corbélia, permitindo que Armando Zanato realizasse o loteamento.


Restauração de imagem: Jaciano Eccher/Corbélia Filmes.
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