Dados biográficos de Armando Zanato, Fundador de Corbélia
Armando Zanato nasceu em 26 de dezembro de 1907, filho de Antônio Marino Zanato e Isolina Zanato, ambos nascidos e casados na Itália.
Ao longo da vida, residiu em diversas cidades: Ijuí, Palmeira das Missões, Iraí, Carazinho e, por fim, Corbélia.
Vida profissional
Armando Zanato atuou como hoteleiro, representante comercial e corretor de imóveis da FPCI – Fundação Paranaense de Colonização e Imigração, empresa estatal responsável pela venda de áreas agrícolas destinadas à colonização do Paraná. Seu trabalho consistia em legalizar a situação de posseiros e intermediar os frequentes conflitos pela posse da terra.
Em seu último endereço no Rio Grande do Sul, na cidade de Carazinho, teve contato com a FPCI e foi convidado a ir a Curitiba para se tornar corretor oficial. Retornou, então, como representante credenciado, encarregado da venda dos lotes ainda disponíveis na região de Sol de Maio, hoje submersa pelas águas de Itaipu. Após liquidar este saldo, recebeu outro em Barbosa Ferraz, que também conseguiu vender integralmente.
Em uma viagem a Curitiba para prestação de contas, soube que lhe seria oferecida a venda de terras em Cascavel. Na época, a região era temida pelos frequentes conflitos, mortes encomendadas e atuação de jagunços. Nenhum corretor queria assumir tal desafio — mas Armando aceitou de imediato.
Em Cascavel, hospedou-se no Hotel Gaúcho, situado onde hoje é a Praça do Imigrante. Alugou um quarto como mensalista e conseguiu permissão para construir, no pátio do hotel, uma pequena casa onde instalou seu escritório.
O tempo passava, e o esforço incansável lhe consumia as energias. As constantes viagens ao Rio Grande do Sul, interior de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo tornaram-se parte de sua rotina, embora voltasse periodicamente a Carazinho para apoiar a família.
Certo dia, saiu de Cascavel rumo à região do Rio Piquiri para mostrar lotes da FPCI a compradores.
Na ida, ao passarem pelo cruzamento que seguia para Guaraniaçu, Toledo e para as margens do Rio Piquiri, Armando e os interessados desceram para contemplar o local. A natureza ali havia plantado frondosas perobas. Alguns observavam, outros fotografavam. Então, Armando tirou o facão, cortou dois pedaços de tacuaruçu, fez uma cruz e declarou profeticamente:
“Aqui vou construir uma cidade.”
Mais tarde, contou-se que houve suspiros pelo momento marcante.
Poucos dias depois, em visita a Carazinho para ver a família e trazer novos compradores, comentou com a esposa, Dona Iracema Luiza, sobre seu projeto de fundar uma cidade. Disse ainda que lançaria, na emissora de rádio ZYF-8, um concurso para premiar quem sugerisse o nome mais bonito para a futura cidade.
Dona Iracema, que era artesã, confeccionava na época uma corbélia (pequeno cesto de flores) sob encomenda do Veterano Futebol Clube, cujo estádio ficava em frente à casa da família. Sem pensar duas vezes, sugeriu o nome Corbélia, aceito de imediato por Armando. Assim, nasceu o nome da cidade antes mesmo da concretização do projeto da “Cidade das Flores”.
Escrito por Elcio Zanato
Recuperação digital da imagem colorida: Jaciano Eccher/Corbélia Filmes.


Comentários
Postar um comentário